Especialista em fazer comida deliciosamente simples e aproximar pessoas, Délio Canabrava se tornou, devagar, devagarinho, um dos maiores nomes da gastronomia em Curitiba. Junto com a esposa, Renata Ferian – que conheceu num restaurante em que trabalhava em Londres para bancar o mestrado em Teoria do Design – ele construiu uma história que conta hoje com a confeitaria Bella Banoffi, a Cantina do Délio e os bares CanaBenta e Estofaria. Délio é o cara não apenas por ser um chef de cozinha que tem paixão por fígado acebolado e miúdos em geral, mas por tido a coragem de largar o Desenho Industrial para colocar a comida caseira de forma toda especial no circuito gastronômico da cidade.

 

Você vem de família mineira, famosa por servir bem. Isso pode ter influenciado sua carreira?

Com certeza! Adoro receber bem. Para isso, é preciso cozinhar bem e com fartura. Aprendi isso nas festas da minha família, sempre sentado à mesa comendo, bebendo e conversando.

Você cozinha em casa?

Sim, adoro receber meus amigos e cozinhar para eles. Costumo fazer carneiro, ensopado ou assado. É sempre uma alegria! Minha cozinha e churrasqueira são integradas, parece um grande salão de festas. É disso que eu gosto.

Foi a culinária quem te apresentou sua esposa. Você diria que em sua vida tudo está relacionado à gastronomia?

Sim, grandes encontros e desencontros estão em volta de uma mesa, sejam eles afetivos, de amizade ou amorosos. A gastronomia está relacionada a tudo.

A torta Banoffi é um prato marcante em sua carreira… 

Sim, ela é o começo de tudo! Foi por causa dela que conheci a Renata em Londres, também foi ela que financiou nosso começo como empresários, mesmo que em casa.

Dividir as panelas com a própria mulher é algo complicado?

Por um lado é complicado, por outro é ótimo! Estou sempre trocando ideias com a Renata. Nossos erros e acertos sempre são discutidos antes de acontecerem. Mas nem sempre a gente concorda em tudo e por isso resolvemos dividir nossos afazeres. Ela só cuida da Bella Banoffi e das sobremesas: assim nós não brigamos.

O que o começo no Beto Batata significou para você entrar no mercado curitibano?

Foi fundamental. O Beto me apresentou muita gente, desde os jornalistas e fornecedores da cidade. Eu consegui manter estes contatos, foi um grande começo.

Para você, o que não pode faltar numa mesa de bar curitibana?

Bar é bar em qualquer parte do Brasil, algumas coisas são essenciais como a cerveja gelada, frituras, sal, pimenta e bons amigos. Mas, se falarmos especificamente de Curitiba, não dá para esquecer da carne de onça, rollmps, vina, pepino azedo e steinhager.