Se antes era apenas um detalhe nas casas, agora o verde é o grande protagonista. A biofilia e a pegada urban jungle são tendências em projetos de arquitetura e decoração com a utilização cada vez maior de elementos naturais

Tradução do amor à natureza, a biofilia está cada vez mais presente nas decorações com a utilização de elementos naturais e, principalmente, do verde das plantas. O que era tendência se tornou realidade e invadiu a maioria das casas e empresas.

Fotos: Fernando Zequinão

Diversos estudos já comprovaram os benefícios da presença da natureza em nosso cotidiano. Além de purificarem o ar, as plantas auxiliam em nossa saúde e bem-estar. Jardins verticais volumosos, trepadeiras e outros arranjos verdes fazem com que tenhamos a percepção de que estamos ligados à natureza.

Neste novo estilo de viver, visando compensar a falta do verde no caos urbano das metrópoles, os jardins podem ocupar cada espaço dos lares, dos ambientes externos, passando pela cozinha – com hortas caseiras – e chegando ao centro da casa, como no projeto desta casa em Curitiba, desenvolvido pelo escritório Arquitetare, das sócias Elaine Zanon e Cláudia Machado. “Esse foi um projeto no qual desde o início decidimos que iríamos trabalhar com o verde, que é um aliado bem importante para deixar o ambiente mais tranquilo e acolhedor. Isso é importante num momento em que as pessoas estão mais tempo dentro de casa”, explica Elaine. “A ideia foi criar um espaço que encanta porque tem toda a lateral da sala com o verde, como se fosse um prolongamento da casa com a parte externa”.

Para a missão, a arquiteta contou com a Acer Haus, empresa referência em paisagismo, jardins verticais e projetos de irrigação. “É papel do arquiteto e do designer estar sempre conectado com essas soluções voltadas para a biofilia. Isso é uma importante fonte de inspiração porque torna o ambiente muito melhor, com mais saúde e conforto emocional”, destaca a arquiteta.

“Acabou a fase de que se pegava o dinheiro que sobrava para fazer o jardim ao final da obra. Agora o jardim virou sala de estar, virou área de convívio. Cada vez mais as pessoas investem em paisagismo, móveis de área externa de qualidade e essas áreas precisam do melhor desempenho possível”, afirma João Paulo Roberto, da Acer Haus.

Ele explica que o design biofílico pode ser bastante complexo e vai muito além de ter plantas dentro de casa ou uma vista bonita. Luz do sol, ventilação, formas orgânicas, texturas, existem inúmeras maneiras de inserir esses itens na arquitetura. Mas para isso, tudo deve ser planejado com cautela para promover vantagens reais. “Existe inclusive esse termo: paisagismo de alto desempenho, que é o que a gente busca”.

Em cada canto cabe um jardim

A arquiteta Elaine Zanon conta que o paisagismo foi apresentado desde o conceito. “Por isso a casa rompe com a rigidez da parede, de tanto mobiliário, de muitos detalhes de interiores, suavizando o dia a dia. Além disso, há uma sensibilização para uma questão global de sustentabilidade, já que estamos trabalhando com o terreno permeável e com toda consciência sobre qualidade de vida. Hoje em dia essa visão é quase obrigatória para o bemestar Não tem como não se entregar para essa presença tão necessária nas casas”, destaca.

Defensora do conceito de arquitetura wellness, que privilegia o bem-estar, a arquiteta também destaca que esse projeto mostra que não é preciso ter áreas muito grandes. “Aquele é um corredor de recuo de dois metros e neste espaço conseguimos uma excelente solução. Com os jardins verticais, criando verdadeiras paredes verdes, em qualquer canto cabe um jardim”.