Quem não ama pegar um voo para um destino bem distante? No entanto, alguns cuidados são necessários durante viagens longas para que não apareçam problemas de saúde, como a trombose do viajante, que acomete pessoas que ficam várias horas paradas na mesma posição. Ficar estático por horas, e com os pés para baixo, faz com que a gravidade atue no sistema vascular, puxando o sangue em direção aos tornozelos. Este fenômeno faz com que as veias dilatem um pouco trazendo uma sensação de cansaço e a necessidade de caminhar, o que nem sempre é possível em filas de aeroportos, dentro de aviões, carros ou ônibus. “Com o passar do tempo, as veias dilatam mais e a velocidade do sangue dentro delas diminui, favorecendo a formação de coágulos dentro das veias, que chamamos trombose venosa”, descreve o cirurgião-vascular Cristiano Schmitt.

O que observar

Os sintomas clássicos de uma trombose venosa são inchaço de uma ou das duas pernas, aumento de temperatura, dor e vermelhidão, que pode ser substituída com o tempo pela cor roxa. Mas no viajante nem sempre ocorrem
todos estes sintomas, o que torna a trombose ainda mais perigosa, segundo o especialista. “Pode ser formado um pequeno coágulo dentro de uma veia secundária ou dentro um bolsão de uma das válvulas venosas das pernas. Quando isso ocorre, geralmente não há sintomas”, explica. O primeiro sintoma, de acordo com Schmitt, é justamente quando o viajante começa a caminhar. Ao caminharmos, aceleramos a velocidade do sangue dentro das veias e esse pequeno coágulo pode se deslocar, indo parar no pulmão e causando embolia pulmonar.

Como evitar

O uso de meia elástica (do tamanho ¾ até meia-calça) já ajuda a evitar a formação de coágulos e consequente embolia pulmonar em pessoas previamente saudáveis. Também são aconselhados exercícios que estimulem o alongamento e a contração das panturrilhas durante a viagem. Caminhadas a cada duas horas no avião ou nos ônibus são recomendáveis. “Pessoas com varizes em estágio mais avançado devem fazer uso de anticoagulantes profiláticos para a viagem também”, completa o cirurgião-vascular. Segundo Dr. Cristiano Schmitt, pessoas em pós-operatórios de até 30 dias também devem se aconselhar com seus médicos sobre a necessidade, riscos e benef ícios do uso de anticoagulante preventivo durante a viagem junto com o uso da meia elástica.

Fatores que favorecem

Algumas companhias aéreas já orientam seus passageiros a se exercitarem durante voos longos. Em viagens acima de três horas já é recomendada a prevenção. O médico explica que os outros fatores que favorecem o aparecimento da trombose do viajante são: obesidade, uso de anticoncepcionais terapias de reposição hormonal pós- menopausa, obesidade, tabagismo, uso de roupas apertadas que prejudiquem a circulação e gravidez.

Em viagens de avião, outro fator que prejudica é a pressurização da cabine, nem sempre constante, ocasionando dilatação vascular por diferenças pressóricas entre o interior do corpo do passageiro e o exterior. “Como todos gostamos de uma viagem, a melhor maneira de aproveitá-la é consultar seu médico regularmente, evitar o sedentarismo, se manter com peso adequado, manter bons hábitos de vida e consultar um cirurgião vascular como parte de seu check-up”, indica o profissional. Segundo ele, ao fazer uma avaliação completa da circulação e dos fatores de risco existentes, esse profissional pode orientar as melhores condutas para cada caso e ajudar a prevenir intercorrências, que mais do que estraga-prazeres, podem ser fatais: “Uma boa viagem começa antes do embarque, conhecendo e prevenindo a trombose do viajante”, completa Dr. Cristiano Schmitt.

Dr. Cristiano Schmitt
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