A história da TROC e de como Luanna Toniolo faz a moda circular

Uma menina espevitada que sempre gostou de inventar moda. É assim que a CEO e cofundadora da TROC, Luanna Toniolo, sempre foi reconhecida na infância. Características que lhe “vestem” bem até hoje e que, de certa forma, refletem nos valores da marca que construiu. “Somos transparentes, inquietos e principalmente humanos. Buscamos estar junto com pessoas curiosas, interessadas e que fazem as coisas acontecerem. Acreditamos, acima de tudo, na grande revolução verde que o second hand pode trazer no mundo da moda”, afirma a empresária. Com apenas 34 anos, Luanna tem uma carreira profissional sólida marcada por transformações e muito propósito. Como advogada tributarista, ganhou uma bolsa para um mestrado em tax law, na Boston University e a experiência de poder viver com o marido fora do país começou a despertar novas visões de mundo. Luanna sempre foi apaixonada por moda, entretanto, na época que foi fazer mestrado nos EUA, andava um tanto contrariada com o impacto gigante que essa indústria trazia para o meio ambiente. Enquanto se ambientava com sua nova casa e fazia novos amigos, começou a pensar em mudar a especialização. Foi atrás de um curso de marketing em Harvard e quando foi aprovada não teve dúvidas que aquele era o momento de fazer sua transformação de carreira. Em paralelo, começou a estudar economia circular na indústria da moda e fez benchmarking nos maiores players do second hand americano. Lá, nasceu a ideia de criar uma startup com modelo de negócio circular e escalável para conectar pessoas que querem comprar e vender roupas e acessórios aspiracionais de segunda mão.

MÃO NA MASSA

Quando voltou para o Brasil, estava grávida da primeira filha, Maju. Antes de colocar sua ideia em prática foi fazer pesquisa de mercado, com prancheta e formulário na mão, em shoppings da cidade. Algumas vezes encontrou pessoas conhecidas que tentavam entender qual era o negócio que ela estava “entrando”. “Cheguei a escutar perguntas como: ‘Nossa, você é tão talentosa, porque vai vender roupa usada?’, mas eu acreditava tanto no que estava fazendo e no nosso propósito por trás que segui adiante”, conta a empresária. O início, improvisado, foi na sala de casa, mas logo viu que era necessário ir pra um espaço maior e comercial. Quando percebeu, já estava
na sua terceira mudança de imóvel, indo para um galpão de mais de mil metros quadrados. Os primeiros investidores também chegaram validando o modelo de negócio. O ano era 2017 e nos primeiros 10 meses a TROC faturou seu primeiro milhão. Antes de completar três anos, já tinha chegado aos R$10 milhões. Em meio a isso tudo, nasceu o Benício, seu segundo filho. A iniciativa foi validada por especialistas como uma das respostas de sustentabilidade viável para o mundo da moda e, também por aqui, o resale começou a ser visto como muito mais do que uma simples tendência.