Templos magníficos, riquezas naturais e tesouros da história da humanidade: na Turquia, cada parada turística é uma surpresa inesquecível

POR Camila Podolak

Desembarquei em Istambul após 14 horas de viagem em um voo direto de São Paulo. A cidade é cheia de passeios interessantes e merece pelo menos cinco dias de visita – mas em apenas três, dá para conhecer muito da cultura e da rica história da Turquia. Na cidade, existem duas regiões para se hospedar: a primeira fica no centro turístico, próximo à praça Sultahnamed. A segunda fica próxima à praça Taksim, que foi onde fiquei. 

No primeiro dia, visitei os principais pontos turísticos da cidade, próximos à praça Sultahnamed. Comecei pelo museu Hagia Sofia, construído em 537. O monumento já foi uma catedral e uma mesquita, mas hoje abriga um museu, sendo um dos principais símbolos turcos. No seu interior, que é magnífico, vemos imagens católicas de Jesus Cristo, Maria e de alguns santos, além de ricos mosaicos em estilo bizantino e vitrais cheios de detalhes. Lá dentro, há a Coluna da Lamentação, que possui um furo no seu revestimento. Diz a lenda que o pilar é abençoado por São Gregório, o Milagreiro. Se você colocar o dedo no buraco e sair água, você estará curado de qualquer enfermidade. 

A segunda parada foi a Mesquita Azul, que leva esse nome devido aos quase 20.000 azulejos azuis que compõem o seu interior . Apesar de ter entrada gratuita, é preciso seguir algumas regras para acessar o seu interior. Mulheres precisam usar lenço e o uso de roupas curtas é proibido. Construída entre 1606 e 1616 pelo Sultão Ahmet, a mesquita é uma construção imponente. O templo possui seis minaretes – torres bastante altas e finas, repletas de balcões, de onde saem os chamados para as orações. As chamadas são sempre feitas “ao vivo” e acontecem todos os dias, cinco vezes ao dia. É possível ouvi-las por toda a cidade! Depois, segui para o Palácio Topkapi – um passeio lindo! Construído no Império Otomano, o edifício chegou a abrigar mais de 5.000 pessoas, mas hoje funciona como um museu. O acervo é impressionante! A exposição de joias que acontece por lá é maravilhosa e tem, inclusive, o maior diamante do mundo. A coleção engloba preciosidades como tapetes, relógios, cerâmicas, cristais e pratarias. 

No dia seguinte, fui até Basílica da Cisterna, que também fica no Centro Histórico. Construída durante o Império Bizantino, ela é formada por 336 colunas e já chegou a comportar 100 milhões de litros de água! O lugar é bem escuro, e o que mais chama a atenção são duas colunas com a cabeça de medusas. Perto dali, fica o Grande Bazar, um dos maiores e mais antigos mercados do mundo. São mais de 4 mil lojas e 60 ruas onde se vende uma infinidade de produtos. Os preços são superfaturados e para comprar qualquer coisa precisa pechinchar muito – por isso, é melhor ter paciência! Aproveitei para conhecer o Mercado Egípcio que ficava pelas redondezas. Menor que o Grande Bazar, tem preços melhores e é o lugar ideal se encantar com a riqueza dos sabores e aromas da Turquia!

No terceiro dia, visitei o Palácio de Dolmabahçe, o último palácio do Império Otomano, localizado nas margens do Rio Bósforo. A visita é guiada por um aparelho de áudio entregue gratuitamente no local. Aproveite a visita e faça um passeio de barco pelo rio. Dá para comprar o ticket na hora e embarcar em diversos pontos ao longo do Bósfoto – uma ótima maneira de conhecer o lado asiático de Istambul. Para finalizar o roteiro, fui até a Torre de Gálata para ver o pôr do sol. Localizada no alto de uma colina, a torre abriga um restaurante e uma confeitaria no seu topo. De lá é possível ver as ruas de Taksim, a baía de Istambul, as mesquitas e o lado asiático da cidade.

Capadócia e seus encantos

Meu segundo destino foi a Capadócia. Me hospedei em Goreme e  para conhecer a cidade, contratei um guia que falasse português – uma ótima maneira de aprender mais sobre a cultura turca. O Museu a Céu Aberto da cidade é Patrimônio Mundial da Unesco e possui um conjunto de igrejas construídas nas cavernas pelos cristãos durante os séculos X e XIII. Porém, as cidades subterrâneas da região foram a grande surpresa do roteiro! Imagine um espaço embaixo da terra em que centenas de cristãos viveram por aproximadamente 3 meses para se esconder de perseguições religiosas. A estrutura das grutas é bastante complexa, com corredores estreitos, um surpreendente sistema de ventilação e muitos andares construídos em direção ao subterrâneo – vale a visita! 

Próximo dali, em Pamukkale, fica o Castelo de Algodão: uma montanha que abriga dezenas de piscinas termais, embranquecida pela precipitação de carbonato de cálcio vinda das águas quentes. Aproveite o passeio e visite a cidade de Hierápolis, situada no mesmo complexo. Por lá, é possível conhecer um teatro muito bem preservado, construído em 200 a.C. Dá pra acreditar?!

Voo de balão

Tem como falar da Turquia sem lembrar dos voos de balão? Afinal, é a melhor maneira de admirar as belezas naturais do país! Os voos duram cerca de 50 minutos, e cada cesto comporta em média 24 turistas. Os movimentos são tão sutis que quando me dei conta, já estávamos numa altura de 1.500 metros! Enquanto outros balões parecem flutuar no céu, o sol nasce, você consegue ver todo o vale e a sensação de paz é indescritível. É um passeio lindo  que emociona a alma!