Ao tirar um som animado e contagiante de utensílios domésticos e instrumentos improvisados, as Jug Bands começaram a fazer sucesso durante os anos 1920 nos Estados Unidos. Criada no fim de 2012, a Gringo’s Washboard trouxe essa referência para as noites curitibanas e vem encantando o público.
O washboard, ou tábua de lavar, é um dos grandes diferenciais do grupo formado por Guto Krainski (washboard), Charlie Gibson (piano), Allan Krainski (guitarra), Giorgio Bonfanti (baixo) e pelas cantoras Milena Castilho e Helen Tormina. A banda toca jazz e suas várias vertentes com um visual de época e energia contagiante, mas Guto conta que não foi fácil levar esse estilo para as casas de shows. “Nossa maior dificuldade no começo era fazer com que os donos de bares aceitassem uma banda de jazz dentro de uma casa de rock ou de MPB. Tínhamos que mostrar a eles que o jazz lá nos primórdios era feito para dançar e não apenas para assistir”, conta.
Atualmente a Gringo’s Washboard apresenta somente covers. Seu repertório é inspirado em Bessie Smith, Ma Rainey, Louis Armstrong, Sidney Bechet, Fats Waller, Memphis Jug Band, Nick Larroca e muitos outros. O grande sonho da banda é se tornar uma referência do jazz. “Nosso objetivo é se aprofundar cada vez mais no estilo a ponto de ser referência, apesar de já ter recebido o título algumas vezes (risos) e tocar grandes nomes internacionais do tradicional jazz para transmitir tudo o que a música pode proporcionar”.
Fãs-amigos
A maior realização para eles é receber o apoio dos fãs. “Eles muitas vezes viram amigos, nos acompanham onde estivermos. Tentamos conhecer um por um, é tão gratificante fazer tantos amigos em uma cidade que tem a fama de ser antissocial”, brinca Guto. Ele ainda conta que muitos fãs torcem tanto, que chegam a fechar trabalhos para a banda. “Eles viraram uma grande família.”
Jazz para punks
Nesta trajetória, alguns momentos inusitados ficaram guardados na memória dos músicos. Uma das lembranças mais engraçadas aconteceu em pleno carnaval curitibano, o que significa dizer que todos os bares estavam vazios. “Quando chegamos ao local pra tocar, o dono nos avisou para irmos embora, pois só havia uma reserva para mais ou menos 10 pessoas, mas que ele pagaria o cachê mesmo assim. Como já estávamos lá, decidimos tocar nem que fosse para um grupo pequeno”, relembra Guto. No fim das contas, a reserva era de um grupo punk da década de 1970, chamado Dead Kennedys, para quem a Gringo’s Washboard acabou fazendo um show exclusivo e pra lá de animado. “Infelizmente por ideologia punk eles não quiseram tirar fotos, então ficou só na lembrança mesmo.”
Onde curtir?
Para curtir esse som é só seguir o perfil da banda no Facebook ou acompanhar a programação das casas onde a Grigo’s Washboard já é figurinha carimbada, como Jacobina Bar, Sheridan’s Irish Pub, Schweppes Full Jazz, Cervejaria da Vila, Barbarium e Jokers.