Sua autodefinição não poderia ser melhor. Rafael Greca de Macedo é mais que um prefeito, um intérprete da cidade. Alguém que ama raízes e asas com a mesma intensidade e no instante seguinte em que fala sobre a beleza dos petit paves já está celebrando as startups do Vale do Pinhão. Mas, cá entre nós, quando ele fala da Curitiba antiga nos faz lembrar de Leminski: “Haja hoje para tanto ontem”.
Brincadeiras à parte, Rafael foi um piá que desde muito cedo conseguiu o que todos sonham. Transformar paixão em realização. Prefeito por três vezes, com muito trabalho e uma atenção brutal aos detalhes, colocou seu nome na história que tanto gosta de contar. E tem total noção da bênção e da responsabilidade que é estar à frente de uma cidade como Curitiba. Sabe que para que um país ou uma cidade sejam inteligentes é preciso que seus líderes também o sejam. E justos e humanos. E responsáveis. Por isso, se o tema for contra suas convicções sobre a qualidade de vida de Curitiba, esqueça os sorrisos fáceis e o gordinho querido. Ele vai do sorriso ao posicionamento incisivo com a mesma velocidade que viaja pelo tempo.
Por fim é preciso dizer o que todos sabem. Greca não agrada a todos. Alguns dizem que excede na maquiagem em seu olhar cuidadoso com o rosto da cidade. Que às vezes desafina na administração e no hino. Que repete a mesma história algumas vezes (Quem nunca?). E que tem aquela mania curitibinha de perguntar de que família você é.
A gente sabe disso, mas ao mesmo tempo valoriza muito esse comprometimento inabalável com a cidade que amamos. Como ensinou o poeta, essa coisa de querer ser a gente mesmo ainda vai nos levar além. Que assim seja.
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Rafael Greca. O intérprete da cidade
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