Nesse especial em parceria com a Stilhaus, algumas pessoas especiais contam como se reinventaram a partir da pandemia 

Parece que estamos chegando ao outro lado do túnel. Uma jornada que ainda não acabou, mas que vai dando sinais de que aos poucos está nos deixando. E como chegamos até aqui? O que essa pandemia nos trouxe?  

Nesta edição cujo tema é Casa, em parceria com a Stilhaus Studio, convidamos três pessoas muito especiais que de uma forma ou de outra estavam matriculadas nesse mesmo curso e que descobriram que aprender é condição de existência e sobrevivência.  Refletir sobre essa imersão que vivemos todos juntos pode ser a chave para entender que mudança sempre nos traz coisas boas, como disse o arquiteto Jayme Bernardo. 

A empresária Irit Czerny, da Lafort, que perdeu os pais neste período tão difícil, ensina que a coragem de seguir em frente é resultado de um dever de multiplicar o bem. A médica dermatologista Isabella Rezende conta que o maior aprendizado foi descobrir o que importa de verdade e manter a serenidade diante de um cenário tão instável.

Muitos comportamentos e paradigmas se transformaram completamente nessa jornada e deram oportunidade de crescer. A empresária Mariana Gaião, da Stilhaus lembra que “todo mundo acabou mudando alguma coisa dentro de si e alguma coisa fora. Eu acho que mudar os ambientes traz uma diferença para a nossa casa e para a nossa vida e isso acaba refletindo numa mudança interna. Acho que uma coisa realmente puxa a outra. Acredito muito que isso vai ficar”.   

Mudança sempre é para melhor

Jayme Bernardo

Essa pandemia fez com que a gente se voltasse muito mais para o interior. Eu passei a refletir muito sobre tudo e tive a certeza de que o mais importante na vida é a gratidão. É você agradecer a Deus pela sua vida, pelo seu trabalho, pela sua vocação.

Acho que cada vez mais que você se valorizar você vai estar respeitando o outro. O que eu aprendi muito também é que você não pode julgar ninguém.

Fazia muito tempo que eu não ficava só, comigo e na minha casa. Antes eu estava muito em aeroportos, viajando muito e não tinha tempo para curtir a minha casa, que afinal é o meu trabalho e que fiz com todo carinho, querendo ter meu espaço, com coisas que eu conquistei em viagens e nem sabia mais que tinha. Muita coisa mudou e temos que ter em mente que mudança é sempre para melhor. 

Nossa missão é compartilhar o amor

Irit Czerny

A minha caminhada tem sido muito dura. Não só nas questões pessoais mas também toda a parte empresarial, toda luta que a gente teve até agora. Eu sou uma pessoa muito positiva, acredito muito, luto pelo que eu acho que vale a pena e, de repente, nos vemos tão impotentes… Realmente, você perde o chão, perde tudo. 

Mas, o que fica é o que você criou e o que você herdou. Eu acho que é daí que tiramos toda a nossa força, acreditamos em uma possibilidade nova de vida e em uma continuidade: com a ajuda de família, amigos, empresa… de tudo o que está em torno da gente. 

Acende muito dentro de nós a responsabilidade social. Isso eu acredito que foi universal. Diante de tudo, eu entendi que meu aprendizado com meus pais eu consigo passar e replicar nesse momento para os meus filhos. 

Nós temos que nos cuidar, cuidar dos outros e ter uma mente aberta para o que está acontecendo, porque nenhuma geração entre nós viveu isso. Quando você está em uma guerra, tem-se um inimigo. Nesse caso, não tínhamos um inimigo, era uma coisa que pegou todo mundo junto. E é muito difícil saber com quanta força você pode lutar. Acredito que seja esse o grande questionamento: quanto força você tem para lutar com isso, quanto é o seu otimismo, o seu acreditar, e qual é a sua missão?

Eu acho que quem conseguiu “manter”, conseguiu fazer a sua missão. Quem conseguiu, além disso, ajudar os outros, esses merecem um prêmio de heroísmo. 

Começamos a pensar em tudo que aprendemos com nossos pais e devemos por para fora a parte boa deles, sempre a parte boa. Acho que é isso que leva você a acreditar no futuro. E tenho tanta certeza que os pais dão tanto amor para nós que ele não é só necessário, mas é um dever nosso espalhá-lo. 

Otimismo e perseverança são a grande chave

Dra. Isabella Rezende

Em momentos de dificuldade, a palavra principal, na minha opinião, é positividade. Atendi muitas pacientes que iam à minha clínica não por problemas estéticos ou dermatológicos. Elas iam para conversar. Isso foi muito importante nessa época. Eu escutava as pacientes e sempre reforçava a questão de ser positivo, otimista, perseverante, de que tudo ia passar. Acredito que isso é a chave para tudo. 

De todas as coisas ruins, a gente tem que tirar algo bom. E o que eu consegui tirar de bom é a capacidade de me transformar e me adequar a essa nova realidade. Nossa equipe de dermatologistas da clínica passou a oferecer consultas online e todas as nossas reuniões de equipe tem sido no ambiente digital. Isso tem me dado mais tempo para ficar em casa com meus filhos, aproveitar mais a minha família. Então acredito que temos que ser sempre muito positivo para enfrentar, aprender e melhorar com as dificuldades. 

A mudança externa reflete internamente

Mariana Gaião

Acho que todo mundo refletiu sobre mudança de forma geral. Algumas pessoas começaram pela mudança externa, algumas pela mudança interna. Mas, de qualquer forma, todo mundo acabou mudando alguma coisa dentro de si e alguma coisa fora de si. 

No nosso caso, a gente muda muito fora porque trocamos o papel de parede. E não falo isso por trabalhar nessa área, mas porque mudar o papel traz uma energia diferente para nossa casa, nosso quarto, nossa vida. E isso acaba refletindo em uma mudança interna. Às vezes você coloca uma coisa mais colorida e todos os dias quando você acorda automaticamente já tem uma energia mais colorida e já tem algo diferente dentro de você. Uma coisa realmente puxa a outra. 

Essa mudança como um todo que eu acho que vai ficar e acredito que esteja transformando muito as pessoas. Isso é o mais legal de tudo. 

A sessão de fotos e as entrevistas dessa série foram realizadas na sede da JVN Papéis de Parede