Leia esse texto até o fim e pare de julgar, criticar ou de “virar a cara” quando alguém diz a um cachorrinho: “vem cá meu filho”
Muita gente se incomoda quando donos de cachorro o chamam de “filho”. Por alguma razão que eles próprios não sabem explicar, sentem-se ofendidos, como se a raça humana fosse tão superior que a comparação diminuísse sua imagem e semelhança divinas.
E a coisa está piorando! Já estão dizendo que não podemos nos referir ao proprietário do cãozinho como “dono” ou “proprietário”. Somos, segundo esses censores da ética canina, apenas “tutores” ou “cuidadores”, pois o contrário pode abrir espaço ao desrespeito pelos animais, já que não deveriam ser considerados uma posse, um objeto.
Difícil, né?
Outros ofendidos são os que têm nome igual ao cachorro do vizinho (sem trocadilhos nesse caso rsrs).
Bem, deixe-me dar início a uma possível treta apresentando minha opinião.
Ser mãe (ou pai, obviamente) não significa ser geneticamente o gerador da criatura, basta ver a quantidade de pais semi humanos que simplesmente abandonam seus filhos. Ou de pais que deixam seus filhos para os avós criarem, a fim de morar em outro país e se dedicar a alguma causa. Mais tarde, nós psicólogos, temos que ajudá-los a superar a rejeição e a diminuir suas infinitas dores emocionais.
Mãe e pai são os que cuidam, amam, alimentam, dão banho, acariciam, educam, brincam, … E segundo essa definição pais adotivos são sim pais! (Muito melhor, em alguns casos, que certas mães biológicas). E por essa definição, não importa quem é o filho, se tem pêlos pelo corpo todo ou se é liso como um abacate.
Muitas mulheres e muitos homens foram feridos em seu direito de serem pais biológicos. A “natureza” ou até mesmo o curso inexorável da vida lhes tirou essa possibilidade. Outros não conseguem, por alguma razão que não nos cabe julgar, adotar crianças. Então, por terem um coração lindo apesar das injustiças do destino, adotam. E peloamordedeus, não os critique. Você não faz ideia do quanto sofrem quando ouvem frases do tipo “só quem é mãe sabe”, ou “você não tem filhos, não faz ideia do que é o amor verdadeiro”. São seres humanos completos e inteligentes, sabem muito bem o que é amar de verdade e conseguem sim imaginar como é esse tal de “amor incondicional”, não são burros! E quando adotam uma criança, um cachorrinho, um gatinho, ou seja lá o ser vivo que puderem ou quiserem ter, passam a sentir por essas criaturinhas que não se originaram em seu ventre o mesmo que uma mãe tão privilegiada biologicamente sente.
São mães e pais lindos, apaixonados por seus “filhotes”, sejam eles goldens, yorkshires, persas, vira-latas ou um bípede sem pêlos. E são amados. Muito amados.
E seus pais, felizes e realizados.
Portanto, pare de julgar, criticar ou de “virar a cara” quando alguém diz a um cachorrinho: “vem cá meu filho”, pois todos nós, pais ou não, somos humanamente imperfeitos, mas quando adotamos (não importa a raça), somos um pouquinho “anjos de luz”. Adotar é um ato de amor. Profundo e digno de receber as mais sinceras honras.
Teria ainda muitas coisas a lhes dizer, mas a Sissi e a Joy estão me chamando. Hora de ir passear.