Os coworkings já são realidade por aqui há algum tempo. Mas por trás esse conceito criado pelo programador Brand Neuberg em 2005, com espaços integrados e compartilhados entre um grupo de profissionais, está uma mentalidade de colaboração. Essa é a grande razão pela qual esses ambientes estão em alta. Na Apolar Concept, o mais novo espaço colaborativo de Curitiba, a simples lógica preestabelecida de uma empresa dispor de benefícios como menor custo com as despesas, maior interatividade e network vai além e a possibilidade de atender clientes de A a Z no setor imobiliário já atraiu 26 empresas. Conversamos com o diretor Jean Daniel Galiano, que falou sobre a dinâmica e a troca de informações que prometem gerar uma experiência de compras diferenciada para os clientes.
COMO SURGIU O PROJETO?
A ideia surgiu há cerca de quatro anos e foi originalmente pensada para a cidade de Miami, onde também operamos, e porque lá a ideia da colaboratividade já está mais avançada e acontece de forma bem mais natural. Mas por uma questão de administração e logística acabamos trazendo esse projeto para o Brasil e começamos na nossa cidade matriz.
ANTES DE LANÇAR UM PROJETO, COMO É O PROCESSO DE PESQUISA?
Montamos escritórios temporários de pesquisa e desen – volvimento, quando a gente tem interesse em saber mais sobre algum produto, serviço ou metodologia. Para desenvolver esse projeto, tivemos escritórios temporários em Miami, Los Angeles, Tel Aviv, Paris e Califórnia. Este último que tivemos no Vale do Silício foi justamente para entender como a questão tecnológica pode ajudar (ou não) o nosso trabalho.
E COMO SE DEU A IMPLANTAÇÃO POR AQUI?
Para esse projeto em Curitiba já tínhamos tudo muito avançado e tivemos a felicidade de encontrar o Espaço Sala, que já faz isso por aqui há dois anos. A parceria foi inevitá – vel. A ideia é que a equipe do Espaço Sala mantenha vivo o princípio do colab, assinando o projeto da Apolar Concept.
E QUAL É O PRINCÍPIO NESSE FORMATO?
Nosso ideal é formar um único processo de atendimento entre os parceiros e para o cliente, e que isso ocorra de for – ma natural. Cada empresa tem seu processo de atendimento e a ideia é que dentro desse mapeamento as empresas con – sigam unir forças para criar uma única forma para trazer produtos e serviços de qualidade para o cliente.
OS EMPRESÁRIOS JÁ ESTÃO PREPARADOS PARA ESSA NOVIDADE?
Acredito que todos estejam preparados na vontade, e talvez esse seja o grande diferencial do projeto. O colab não apresenta uma solução inicial que seja padrão para todas as situações, nós vamos construir e revisar processos conforme a demanda do cliente. Eu não acredito que exista uma única forma. Exis – tem colabs de moda, saúde, design e agora do universo imobiliário. Lógico que nós temos alicerces de pesquisa que indicam o caminho que a gente tem que tomar, mas o importante é perceber que a gente consegue se moldar dentro dessa estrutura. Na parte técnica/operacional vale lembrar que o Espaço Sala trará grande parte da inteligência necessária.
QUAL A GRANDE VANTAGEM DESSE COLAB?
Além da redução dos custos fixos, já que todas as despesas são compartilhadas, a proposta é resolver a vida do cliente de A a Z no universo imobiliário. Então o cliente vem comprar um terreno e já pode sair com quem vai projetar, construir, fazer o interior, paisagismo, climatização, revestimento, tudo. O tempo das pessoas está cada vez mais curto e elas têm dado cada vez mais valor a quem oferece soluções para isso. A proposta abre melhor caminho, também para criar experiências de consumo cada vez mais interessantes e vantajosas ao cliente.
A APOSTA É DIGITAL?
Não no foco, no nicho em que a gente vai atuar o cliente prefere pagar por um serviço que resolva da melhor forma possível a demanda dele, valoriza ainda uma boa experiência de compra, e isso não necessariamente está no digital. As pessoas ainda valorizam muito o atendimento humanizado. O grande desafio é unir as 26 empresas participantes ,oferecendo o melhor atendimento para o cliente.
E VAI HAVER COLABORAÇÃO TAMBÉM NO CONHECIMENTO?
Sim, o espaço vai além da comercialização de produtos e serviços. Já existem projetos de colaboração entre as em – presas participantes para o compartilhamento de soluções desenvolvidas. Então imagine 26 cabeças pensando em conjunto soluções para determinado tipo de desafio. Também vamos ter cursos e workshops sobre design, arquitetura, setor imobiliário, mercado de luxo, entre outros. Ao lado do Núcleo de Arquitetura, vamos criar premiações para talentos universitários e, com isso, vamos descobrindo novos talentos para serem absorvidos pelo próprio colab.
A CONCEPT FAZ PARTE DO QUE A APOLAR ESTÁ PREPARANDO PARA O FUTURO?
A Apolar chega aos 50 anos como a maior rede imobiliária nacional do Brasil. A sede é aqui em Curitiba e o grupo se divide em várias empresas atuando em cada especialidade. Tanto no setor de vendas, de locação ou no nosso, que é o Real Estate, estamos sempre inovando. E a Apolar Concept é a nova casa da Apolar Real Estate. Temos hoje sete projetos de inovação na empresa e de um ano para cá cinco milhões de reais foram investidos no fomento inicial desses projetos. Para uma imobiliária isso é bastan – te dinheiro, porque estamos falando apenas do start dos projetos, e ainda sem contar a Apolar Concept.
VOCÊ É UMA DAS PESSOAS QUE ENCABEÇA ESSA INOVAÇÃO DA EMPRESA. COMO VOCÊ SE PREPARA PARA ISSO?
É importante deixar claro que quem hoje faz parte do conselho de inovação da empresa sou eu, meu irmão e meu primo. É muito legal porque o Conselho Diretor abriu es – paço para que a gente pudesse inovar e preparar a empresa para os clientes que estão chegando. Eu sempre gostei mui – to de estudar, tenho formação em Direito, MBA em Gestão de Negócios, e é lógico que quando preciso de algo especí – fico procuro me especializar. Estou fazendo Arquitetura, o que me traz um novo horizonte para as coisas, mas acredito que o preparo maior para a inovação venha no networking, na troca de experiências e informações e para isso é fundamental estar interado dos movimentos de mercado, conhecer tecnologias e entender novas demandas comerciais.
VOCÊ CONHECE 67 PAÍSES. COMO AS VIAGENS AJUDAM NO SEU DIA A DIA?
Ajudam a criar um pensamento rápido, a fazer releituras. Eu morei nos Estados Unidos, na França e em Israel e cada um faz business de uma forma totalmente diferente. Ao olhar os modelos eu consigo traçar paralelos bem interessantes. Agora com a obra não estou podendo sair muito, mas gosto de viajar pelo menos quatro vezes por ano e para lugares exóticos, para buscar referências em gastronomia, cultura, negócios e arquitetura. É o melhor investimento.