O menino de 5 anos chora descontroladamente porque seu aviãozinho de papel foi embora com o vento.

-Mãe, ele vai ficar sozinho.

A mãe dele não sabe onde ele tá.
Os pais riem.

O pai tenta mostrar a falta de lógica:

-Filho, avião não tem mãe, eles são feitos por pessoas, assim como seu vovô fez o seu aviãozinho.
A mãe completa: -E por que esse chororô todo por causa de uma folha de papel?

E seguem seu caminho.
Tudo errado.
Nós pais podemos ser diferentes, acolhedores, empáticos.

O pai poderia ter dito:

-Você não teve culpa querido, o vento estava muito forte. Que legal que você brincou bastante com ele, o aviãozinho foi pra casa dele feliz.

E a mãe:

-Pode chorar querido, é muito triste perder algo que a gente gosta. Mas a mãe dele já vai achá-lo. As mamães sempre encontram seus filhos.

Viram a diferença? E sabem por que devemos ser acolhedores? Porque na cabecinha das crianças o que acontece com os objetos é como se fosse com elas próprias. O medo de que o avião fique sem mãe é o medo infantil de perder o colo da sua.

Acolher os sentimentos das crianças é acolher a criança e mostrar a ela seu valor, pois a compreendemos. Não é necessário prometer outro avião, mas ajudá-la a suportar as dores da vida. E não serão poucas. Mas, quando vierem, o menino, já adulto, saberá compreender sua própria dor e seguir a vida.

Ele agirá com ele próprio, assim como seus pais no passado fizeram com ele.

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MARCOS MEIER

Escritor e palestrante de sucesso, tem participado do jornal “Bom dia Paraná” da RPC, afiliada paranaense da Globo. Veja seus vídeos em seu canal no Youtube. Toda quarta-feira tem mais dicas sobre vida em família para você aqui na VIVER