Por Dra. Talitha Chaves

Nessa edição especial sobre saúde me deparei com um grande desafio de não cair no lugar comum. Eu podia escrever aqui sobre muitos tratamentos, sobre a evolução da dermatologia, sobre os procedimentos, rotina de skin care, produtos e tecnologias. Mas quem já me acompanha sabe que prefiro trazer temas e reflexões mais relacionadas ao “como” os tratamentos nos ajudam em diversos aspectos. Afinal, estética é sim uma questão de saúde. Talvez a pandemia tenha sido uma das primeiras vezes que fez as pacientes se olharem de maneira diferente. Antes as pessoas buscavam estar ‘bem’ para eventos e ocasiões importantes. Mas toda a situação de isolamento, estresse, medo, fez com que as pessoas se “olhassem” mais, ao perceberem na frente do espelho ou na tela do computador e celular, o que antes não era tão perceptível. Eu vi muitas pacientes realmente vindo até nós buscando suas melhores versões, e, dessa vez, não para um casamento, mas sim para elas mesmas. Ficou muito mais evidente pra mim que a gente precisa se sentir cuidada, se sentir bem, se sentir viva e saudável. Atendo muitos colegas da área da saúde e realmente no decorrer de apenas um ano elas sentiram
como se tivessem vivido vários seguidos – o que traz a tona a percepção de envelhecimento acelerado e que de fato o é. Os tratamentos serviram muito mais como uma maneira de tentar trazer de volta a tranquilidade mental e, arrisco em dizer, física também, dando um gás novo para essas pessoas.

A Dra Luciana Kalache, assim como várias outras, chegou a duvidar se seu trabalho era realmente essencial. Afinal, também sentia medo de se arriscar, colocar alguém em risco. Mas logo percebeu que estava errada quando uma das primeiras pacientes que atendeu disse pra ela o quanto era importante estar ali, pois se olhar no espelho e se sentir mais bonita a ajudou muito no controle da ansiedade e angústia que estava passando. Já a Dra Tatiane Souza tratou uma paciente que já não enviava mais vídeos seus, mesmo no grupo de whatsapp da família, por se sentir feia e que ao retomar com os cuidados conseguiu recuperar sua autoestima para manter o contato com quem amava durante o distanciamento. Também tivemos casos de pacientes pós-covid, o que nos fez ter ainda mais vontade de seguir.

A Dra Andrea Fabre, por exemplo, que é referência de cabelo, foi impactada por uma paciente jovem que atendeu logo após vinte dias de internamento e com mais de 60% de queda de cabelo junto com diagnóstico de depressão. Essa paciente foi um marco na sua carreira pois conseguiu reverter 100% do quadro em seis meses, mas, mais que isso, ela a tocou ao dizer que foi a principal responsável por toda a sua melhora e nunca tinha se sentido tão bem em toda sua vida. Durante todo esse tempo, desde o meio do ano de 2020 até hoje, foram muitos casos como esses. As pacientes faziam questão de vir à clínica – primeiro por se sentirem seguras no nosso espaço e segundo porque sabiam que ali teriam os cuidados necessários para manter sua autoestima e saúde mental equilibradas. Percebemos que podemos mudar vidas com tratamentos estéticos. Ou porque as pacientes começam a prestar mais atenção na sua saúde como um todo ou porque precisam desse cuidado para seguir cuidando de outros. Para mim e para quem trabalha comigo esse é o propósito que nos guia: ajudar pessoas a encontrar equilíbrio emocional e físico, ou seja, sua melhor versão.

Dra. Talitha Chaves é diretora técnica do Instituto La Beauté

“Eu vi muitas pacientes realmente vindo até nós buscando suas melhores versões,
e, dessa vez, não para um casamento, mas sim para elas mesmas”

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