Em tempos de quarentena, nossas relações pessoais têm se transformado profundamente. De uma hora para outra é preciso conviver muito mais tempo em família. E como fazer para não surtar e principalmente para aproveitar o lado bom desse confinamento? 

Como algumas regrinhas são universais e atemporais, resgatamos um bate-papo antigo que fizemos com o Dr. Ismael Lago sobre como manter um relacionamento saudável. Ele, que tem mais de 50 anos dedicados à Medicina e ao casamento com Rosil Lago, dá a receita para um convívio saudável:  a prevalência do respeito, cumplicidade e desejo genuíno de fazer o outro feliz. Afinal, como ele sempre diz: “O coração do Ser Humano é terra de ninguém, entra nele quem cuida e trata bem”. Confira 5 dicas especiais: 

#1 Aprenda a ceder

Deixar algumas coisas de lado para deixar o outro feliz faz parte de todo relacionamento. É preciso entender que a irmã mais próxima da felicidade se chama renúncia e que através dela a gente descobre que o muito que falta para ser feliz às vezes é exatamente esse pouco que a gente já tem nas mãos, que transborda delas. A renúncia tem que ser equilibrada, ambas as partes necessitam ceder vez ou outra para o contentamento dos dois. 

#2 Seja o melhor amigo do seu amor 

Um casal nada mais é do que a união de dois amigos de caminhada. Agora, imagine fazer uma viagem com alguém que não tem a menor consideração por você? Se escolhemos viver juntos, temos de fazer o possível para vivermos bem. É o mínimo de sabedoria. O relacionamento precisa ter conversa, riso, intimidade, troca de experiências e parceira, assim como toda amizade verdadeira. 

#3 Aprenda que o sofrimento faz parte

O Gustavo Arns já tinha avisado isso nas 10 dicas sobre Felicidade (Confere lá!) Mas sim, nem todos os momentos de um relacionamento são flores. Um casal precisa passar pelas adversidades junto, pois não é só de bons momentos que fazem de uma relação duradoura. Segundo Dr. Ismael Lago, a cumplicidade e a resiliência andam lado a lado. Não é o sofrimento que te faz mais ou menos feliz, mas a forma com que você o enfrenta.

#4 Seja romântico (a)

Romance não tem a ver como comprar flores, chocolates e surpresas a todo momento. (Ainda mais nessa quarentena!!!) Romance, tem a ver com escutar o outro. A conversa libera ocitocina, que é o hormônio do apego. Muitas vezes, mais vale um ombro para desabafar do que tentar achar a solução para o problema do outro. Um abraço, um papo engajado… são as pequenas coisas que vão dando a beleza de viver juntos.

#5 Lembre da diferença entre amor e paixão

O maior problema é que as pessoas casam mais apaixonadas do que amando. A paixão é egoísta. Ela diz “eu quero ser feliz, mas quero que você seja daquela forma que o idealizei”. E se você não for perfeito, porque na verdade ninguém é perfeito, eu vou querendo mudar. E à medida que você vai enxergando defeitos que perde a admiração. Quando perde-se  a admiração, você mata o amor, que por mais verdadeiro que seja, se não for bem cuidado, morre. Mata-se o amor na palavra errada dita na hora errada, na desatenção, em pequenas rusgas do dia a dia. Os ciúmes são fruto da paixão, da insegurança. Ou a gente julga o outro superior a nós e temos medo de perder, ou julgamos o outro por nós. No amor, enxerga-se os defeitos do outro e os aceita. 

China registra recorde no número de pedidos de divórcio pós quarentena

De acordo com o site da BBC , enquanto o Ocidente começa a viver a experiência claustrofóbica do confinamento — medida necessária para conter a disseminação da covid-19 —, os relatos vindos da China pintam um quadro de que a vida está, aos poucos, voltando ao normal.

Mas a quarentena forçada deixou algumas consequências inesperadas. Muitos casais parecem não ter resistido à proximidade em tempo integral. A mídia chinesa identificou uma corrida aos cartórios por aqueles que não pretendem seguir juntos.

Xi’am, de 12 milhões de habitantes, capital da província de Shaanxi, região central da China, registrou um recorde no número de pedidos de divórcio nas últimas semanas, segundo o jornal chinês em língua inglesa The Global Times.

É cedo para entender o que está acontecendo — e se o fenômeno se observará nacionalmente e mesmo em outros países que adotaram medidas de confinamento. Além disso, os cartórios estiveram fechados durante cerca de um mês, o que cria uma demanda reprimida. E os chineses já vinham se divorciando em um ritmo mais acelerado nos últimos anos. 

De qualquer forma, vale a lembrança: o tempo em casa requer cuidado redobrado nas relações. 

Foto: Fer Cesar